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‘Separada’ da Americanas, BR Mania quer dobrar de tamanho em voo solo

RENAN SETTI, O Globo
Oito meses após concluir o “divórcio” com a Americanas nas lojas de conveniência, a Vibra (ex-BR Distribuidora) está executando uma estratégia para acelerar seu crescimento no segmento “em voo solo”. A ambição é dobrar a quantidade de lojas BR Mania nos próximos cinco anos, aumentando de 16% para 30% sua penetração na rede de postos BR pelo país.
A companhia acaba de reformar 500 das cerca de 1,3 mil lojas BR Mania, que são franquias. O mais recente balanço da Vibra calcula que a mudança de “layout” e sortimento de produtos aumenta em 30% o faturamento das unidades. A empresa quer experimentar novos formatos — de plantas menores, com até 15 metros quadrados, por exemplo, ou contêineres — e dar destaque à alimentação.
— Implementamos uma nova linha de lanches que vai para os revendedores em formato padronizado e com congelamento otimizado para os fornos da loja. Nas unidades que já focam no segmento, os alimentos respondem por até 40% das vendas; antes, eram 10% — contou a vice-presidente de negócios e marketing da Vibra, Vanessa Gordilho.
‘Lição’
A ideia também é regionalizar o cardápio, introduzindo lanches como coxinha de carne seca, popular em mercados como o mineiro, e pão delícia, um quitute baiano. Em paralelo, a Vibra diz ter centralizado a logística de fornecimento, que passa a ser conjugada com estratégias de promoção e preços dinâmicos.
— A separação foi uma maravilha, porque nos deixou livres para crescermos com a nossa própria expertise — brincou ela, referindo-se ao fim da associação com a Americanas. — Mas houve lições aprendidas. Não tínhamos tanto conhecimento da cadeia de suprimentos quanto a Americanas. Aprender foi positivo.
No início de 2022, Americanas e Vibra começaram a operar a joint venture VEM, que unia BR Mania às lojas de rua Local, pertencentes à varejista. Duas semanas após vir à tona o rombo contábil da Americanas, a Vibra rescindiu unilateralmente o contrato. A companhia pagou R$ 192 milhões à Americanas para formalizar o fim da parceria, o que ocorreu em dezembro passado.
Outro desdobramento da centralização logística é a integração em bloco com aplicativos como iFood e Rappi — até então, cada loja fazia a sua própria integração:
— É uma oportunidade para chegar a regiões onde facilidades como delivery de cerveja ou lanches rápidos não são realidade — disse.
No segundo trimestre, o faturamento das lojas BR Mania somou R$ 418 milhões, crescimento anual de 14%. É apenas uma fração, porém, do negócio da Vibra, que faturou R$ 42,3 bilhões no mesmo período.
— Mas é um negócio estratégico porque aumenta a relevância do posto na jornada do consumidor — justificou.
https://oglobo.globo.com/blogs/capital/post/2024/08/separada-da-americanas-br-mania-quer-dobrar-de-tamanho-em-voo-solo.ghtml
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