Notícia

<< voltar

Justiça de SP aceita denúncia contra ‘sócios’ da Copape por suspeita de lavagem de dinheiro

RODRIGO CASTRO/LAURO JARDIM, O Globo
A Justiça de São Paulo aceitou denúncia contra os empresários Mohamad Hussein Mourad e Renato Camargo por suposta lavagem de dinheiro na compra do controle da Copape e da Aster, empresas que atuam na formulação e distribuição de combustíveis.

Na decisão, proferida este mês, o juiz Caio Lopasso afirmou que “constatou-se que supostamente Mohamad transferiu e ocultou valores de origem criminosa, provenientes de crimes de falsificação de documento particular, crimes contra as relações de consumo e contra a ordem econômica praticados por postos de gasolina e empresas de sua propriedade para outras empresas”.

O magistrado acrescentou que Renato Camargo e a mulher de Mourad, Silvana Correa, supostamente “tinham ciência da origem criminosa dos recursos, com intuito final de adquirir ações das distribuidoras Copape e Aster”.

A Justiça, no entanto, rejeitou o bloqueio de bens dos acusados. O Ministério Público recorreu.

De acordo com o MP-SP, Mourad é o sócio oculto que articulou a compra da Copape, enquanto Camargo, administrador da empresa, é apontado como o “testa de ferro” (aquele que aparenta ser o dono do negócio, mas é apenas representante dos reais proprietários).

A denúncia indica que a Copape tem como donos Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva, também conhecido como vulgo “Beto Loko”, investigado em outro inquérito por suspeitas de ligação com o PCC.

O promotores afirmam que a Copape tem praticado uma série de fraudes para sonegar impostos estaduais e federais.

Segundo o MP, Mourad dispôs de R$ 52,6 milhões, em 2020, para assumir o controle da Copape, sem figurar formalmente em seu quadro societário.

As investigações descobriram que parte do dinheiro veio da esposa de Mourad e de postos administrados por ele. Os estabelecimentos, informou a ANP, tinham infrações relacionadas a gasolina batizada e outras fraudes.

Segundo a apuração, o dinheiro foi transferido para a conta de Camargo e, em seguida, repassado para um fundo que adquiriu cotas da Cillus Participações e Investimentos (atual Gasp Participações e Investimentos), controladora da Copape e da Aster.

O grosso dos recursos para a operação, cerca de R$ 45 milhões, foi sacado de um fundo de previdência privada, mantido em nome da mulher de Mourad, Silvana Correa. Segundo os investigadores, Silvana não tem capacidade financeira compatível com o valor e é usada para ocultar valores obtidos ilicitamente.

Os promotores relataram ainda que parte da origem do dinheiro da compra da Copape veio de empresas de fachada.

https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-jardim/post/2024/07/justica-de-sp-aceita-denuncia-contra-socios-da-copape-por-suspeita-de-lavagem-de-dinheiro.ghtml

<< voltar

Contato

    Todos os campos devem estar preenchidos
    • Ligue para nós
      55 21 3544-6444

    • Endereço
      Rua Alfredo Pinto, 76 - Tijuca - RJ
      Cep: 20550-022
    • Email
      sindcomb@sindcomb.org.br