A investigação apontou que a Copape importava gasolina do tipo A como se fosse nafta (matéria-prima), diminuindo a base de cálculo de tributos estaduais e federais. A apuração constatou que a empresa Terra Nova Trading, baseada no Tocantins (onde a alíquota do ICMS é de 1%), figurava como responsável por encomendar o produto, em manobra para deixar de recolher o imposto em território paulista.
De acordo com o MP, as empresas estariam usando créditos fraudulentos para abater o valor real a ser pago aos cofres paulistas. A soma dos débitos de ICMS devidos alcança R$ 1,8 bilhão, mas só R$ 775 milhões foram declarados.
O órgão também se debruça sobre a relação da Copape com o PCC. Os promotores apontam que a Copape “por muitos anos pertenceu ao empresário Carlos Santiago, mencionado na CPI dos combustíveis nos anos 2000, e teria sido vendida para o empresário conhecido por ‘Beto Loco’, relacionado à organização criminosa”.
Em seu relatório, o MP frisa que a investigação tem por escopo apurar a ligação da empresa com a facção.
(Atualização às 8h40 de 10/07: A assessoria da Copape enviou a seguinte nota: “A Copape e seus controladores estão atentos a matérias jornalísticas que se reproduzem, a partir de falas de autoridades de poderes executivos estaduais, e que afirmam peremptoriamente uma associação entre Copape, a Rede de distribuição de combustíveis Áster e organizações criminosas, nomeadamente o PCC. As reportagens afirmam também que somos alvos de investigações do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP). Todas essas afirmações são mentirosas e fruto de uma maliciosa estratégia de guerra comercial, que foi engendrada por concorrentes para criar óbices às nossas atividades, envolvendo Copape e seus controladores com suspeitas, para proscrevê-los dos mercados. É uma estratégia de assassinato de reputações, que vem sendo bem-sucedida pela repetição inadvertida e irresponsável das mentiras. A Copape NÃO está sendo investigada pelo MPSP, como fazem prova todas as certidões emitidas pelo parquet, muito menos por associação a atividades ou organizações criminosas. A Copape irá, diante dessa inversão vergonhosa da presunção de inocência, procurar espontânea e ativamente as autoridades de controle do estado para fazer provas da licitude de suas atividades, da origem e do destino dos recursos que movimenta, bem como da honestidade e idoneidade de seus controladores. Tomará, de mesmo modo, todas as providências para desmascarar os autores dessa onda de fake news, imputando-lhes responsabilidade civil e criminal por seus malfeitos.)