Sindcomb denuncia à ANP a cobrança de preços diferenciados pelas distribuidoras aos postos da mesma rede

KÁTIA PERELBERG, Assessora de Comunicação do Sindcomb

A liderança do sindicato dos postos do Rio recorreu ao superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP, Francisco Nélson Castro Neves, nesta terça-feira (5/3), para denunciar a prática, por companhias distribuidoras, da venda de combustíveis com diferenças de preços discrepantes aos revendedores da mesma rede. Para provar a existência da disparidade dos valores, o sindicato postulou à ANP o retorno da divulgação, em seu site, dos preços de custo dos combustíveis praticados pelas empresas atacadistas de combustíveis do país.

O apelo à autoridade reguladora da atividade tem fundamento: a sobrevivência do comércio varejista de combustíveis apoiada na livre concorrência. Presentes à reunião, o presidente do Sindcomb, Manuel Fonseca da Costa; o vice-presidente, Antônio Ferreira, e o diretor Gustavo Sobral denunciaram o que consideram como abusos praticados pelas principais empresas distribuidoras de combustíveis aos postos vinculados à mesma bandeira.

O QUE ESSA PRÁTICA PODE CAUSAR
A diferença de preços cobrados pelas atacadistas entre os varejistas “parceiros” acaba por dificultar o cumprimento da galonagem mínima exigida nos contratos comerciais. Isso tem provocado a desistência de muitos revendedores tradicionais deste mercado, e a propriedade de seus estabelecimentos acaba por cair nas mãos de comerciantes alguns dos quais sem lastro no mercado revendedor do Municipio do Rio.

Além da diferença entre os preços de compra dos combustíveis a empresários situados até na mesma rua ou bairro, algumas distribuidoras promovem uma pressão excessiva pela venda de combustíveis aditivados, cujos preços são mais caros do que os produtos simples. As manobras das operadoras de cartões de pagamento também foram denunciadas pelos empresários à reguladora.

ANP E A LIVRE CONCORRÊNCIA
O superintendente de Fiscalização, Francisco Neves, concordou com a demanda da revenda do Rio e destacou a importância da defesa da livre concorrência:

– Temos que encontrar um meio de lidar com o mercado sem permitir abusos. A falta de isonomia entre iguais é inaceitável porque essa prática resulta na concentração do mercado. Ninguém pode arbitrar os sobreviventes. Quanto aos maus empresários, temos relação direta com as polícias, que podem facilmente serem acionadas se detectarmos indícios de irregularidades.

CURSO DE DETECÇÃO DE METANOL NOS COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS
O Sindcomb e a ANP se comprometeram a acertar as agendas para dar prosseguimento ao curso de identificação da substância tóxica nos combustíveis, descoberta meses atrás em alguns postos da Cidade. O treinamento, feito por vídeo pelo sindicato dos postos, já está pronto e deverá ser analisado em breve pela ANP.

Participaram da reunião o presidente do Sindcomb, Manuel Fonseca da Costa; o 1^o vice-presidente, Antônio Barbosa Ferreira; o diretor 1o secretário, Gustavo Sobral de Almeida; o superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP, Francisco Nélson Castro Neves, o superintendente-adjunto Carlos Eduardo Nery e o assessor Paulo Iunes.