MÔNICA SERRANO, Assessora de Comunicação da Fecombustíveis
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) vem a público informar a realidade das margens praticadas pelos postos e contestar as afirmações do presidente Jair Bolsonaro que culpou os postos pelos preços altos dos combustíveis, em entrevista à imprensa.
“Os postos não são culpados pelos preços dos combustíveis no país. Há pelo menos três fatores que fazem com que o combustível no país seja caro: o dólar, o preço do barril do petróleo no mercado internacional e a carga tributária”, disse Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis, em vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=entgqZbgsS8 ) divulgado, ontem (22), nas redes sociais e no site da entidade
Nos últimos dez anos, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as margens dos postos revendedores de combustíveis caíram mais de 40%. Hoje, as margens da revenda, em média no Brasil, estão em 9,8%. Segundo Miranda, nas cidades acima de 300 mil habitantes, caíram para 6,5% e nas capitais nacionais até 5% de margem bruta.
Miranda também chama a atenção do presidente para a alta carga tributária dos combustíveis. Em média, 40% do total dos preços da gasolina correspondem a tributos federais e estaduais. “A gasolina custa R$ 5,83/litro e o diesel R$ 4,59/litro na bomba (média Brasil, conforme Levantamento de Preços ANP – semana até 11/07). Dentro desse valor, há os custos nas refinarias da Petrobras da gasolina R$ 2,70/litro e do diesel R$ 2,80/litro. O ICMS, na média Brasil, é R$ 1,63/litro e o PIS/Cofins R$ 0,79/litro. Tudo isso impacta no preço final. Não são os revendedores os responsáveis pelos preços praticados nas bombas”, enfatizou.
Na composição de preços do diesel, também deve-se considerar os custos do biodiesel, misturado ao diesel, cujo teor está em 10% temporariamente, e hoje é o dobro do preço combustível fóssil, R$ 5,485/litro (média Brasil – último Leilão ANP), além da incidência do PIS/Cofins, R$ 0,33/litro. No caso da gasolina, há a mistura com o etanol anidro de 27%, cujo valor de R$ 0,93 /litro (média Brasil) deve ser adicionado e a CIDE (imposto federal) que representa mais 0,073 /litro. Devem ser considerados ainda os valores do frete, cujo sistema logístico utiliza o modal rodoviário na maior parte do país, o que impacta em custos mais elevados, e as margens da distribuição e revenda.
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