ÁLVARO GRIBEL, Blog O Globo
Como a Petrobras não divulga a sua política de preços dos combustíveis, cada investidor tem a sua conta. Pelos cálculos do economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, a defasagem no preço da gasolina ainda é de 5%, mesmo com o reajuste anunciado pela empresa.
– Na nossa conta, ainda está 5% abaixo a paridade da gasolina. Teria que ter mais um reajuste para zerar a defasagem. Apesar disso, a visão sobre a empresa é positiva, ela tem mantido a independência na sua política de preços. Existe receio por parte do mercado, mas ela tem se mostrado autônoma – disse.
A Ativa não faz cálculo sobre a defasagem do diesel. A preocupação com o aumento na gasolina é sobre o impacto que ele terá sobre o IPCA, o índice oficial de inflação. A alta do combustível vai pressionar a taxa em 12 meses, que deve chegar a 6,5% no acumulado até junho, para só depois começar a cair e fechar abaixo de 4%, segundo o economista.
Sanchez entende que o avanço da agenda de reformas é a melhor saída para o governo em relação à alta dos combustíveis. Isso atrairia investimentos e derrubaria a cotação do dólar, dando alívio à Petrobras. O projeto de lei enviado pelo executivo na última semana não deve avançar, na visão do economista, por se tratar de um tributo dos estados, o ICMS, e não do governo federal.
– Aprovar as reformas fiscais é o que melhor pode ser feito no curto prazo, pelo efeito no câmbio. Mas para solucionar de vez o problema é preciso repensar toda a carga tributária das três esferas do governo, que pesa muito sobre os combustíveis – afirmou.
A Ativa projeta que o PIB terá leve retração no primeiro trimestre, de 0,2%, com o agravamento da pandemia e o ritmo lento do programa de vacinação.
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/defasagem-da-gasolina-ainda-e-de-5-diz-ativa-investimentos.html
Ligue para nós
55 21 3544-6444
Email
sindcomb@sindcomb.org.br