Ascom Sindcomb
A videoconferência promovida pela FGV Energia nesta quarta-feira (28/4) trouxe como palestrantes
o ex-diretor-geral da ANP, Décio Oddone, e o ex-secretário de Energia dos Ministérios da Economia e da Fazenda, Alexandre Manoel da Silva. Nelson Narciso, ex-diretor da ANP, foi o moderador da webinar
A grande oferta e a diversificação da produção de petróleo no mundo depreciarão os preços do barril por um longo tempo. A tendência é de baixa de preços e fica recomendação aos governos e empresas que esse cenário seja levado em consideração – avisou o especialista, durante a webinar da FGV. Segundo Oddone, não é por falta de oferta que este mercado vai estrangular. Ao contrário, o volume dos estoques indica que haverá petróleo por bom tempo. Como o armazenamento custa caro, é preciso acompanhar em quanto tempo o produto será desovado, e quanto da demanda vai efetivamente voltar à normalidade.
O economista Alexandre Manoel concorda que não há motivos para uma pressão altista, a não ser por algum choque, e mesmo assim tenderá à reversão dos preços. A análise estrutural demonstra que as reservas provadas tem aumentado, bem como a sua duração; portanto não há motivo para acreditar em preços altos.
Um pouco de História
A escalada de preços do barril de petróleo, em fins dos anos 1970, criou as condições para estímulo à produção do insumo em vários países. E o incremento da produção levou à queda de preços. Já nos anos 2.000, o aumento de demanda com os tigres asiáticos elevou novamente o preço, pois havia uma percepção de esgotamento da matéria-prima.
Início do movimento baixista
Não foi o que aconteceu. O preço do petróleo manteve tendência de alta até o aparecimento de outras reservas, como o gás de xisto, as areias betuminosas do Canadá, o pré-sal, fontes alternativas de energia, o uso de novas tecnologias, eficiência energética etc.
Essas novas fontes levaram a um aumento brutal de oferta, que começou a represar o preço. Abundância e diversificação provocaram uma discussão sobre o pico de demanda, estimado para entre 2030 e 2040. E o processo de redução de demanda vai ter efeito mais permanente.
A volta à normalidade
Oddone e Manuel calculam que o retorno da demanda por petróleo só deverá acontecer a partir de 2021. E não aos níveis anteriores. Alexandre Manoel associa a retomada da economia mundial à descoberta da vacina de prevenção ao coronavírus, que calcula ocorrer em meados do ano que vem. Ainda assim, por mais de um ano, os estoques vão competir com a retomada da oferta.
O mundo mudou
No cenário de preços contidos, sem prespectiva de equilíbrio e com completa imprevisibilidade da Covid-19, são as empresas de portfólio diversificado e enxutas que vão sobreviver. As companhias estão conservadoras, preservando o caixa. As capitalizadas vão estar mais bem preparadas para o segundo processo, que será de incorporações e aquisições. Mas se os preços ficarem reprimidos por período que afete a taxa de retorno, veremos as majors com foco em projetos de retorno mais baixo. Oddone destaca a potencialidade do pré-sal, que considera extremamente competitivo com relação ao shale gás, e incentiva que governo crie condições para estimular esse investimento.
Acesse a Webinar Energia em Foco – O Novo Patamar de Preços do Petróleo:
https://www.youtube.com/watch?v=57wLQpz1W8U&feature=youtu.be&utm_source=newsletters+epbr&utm_campaign=5d7de30ce6-transicao_COPY_01&utm_medium=email&utm_term=0_5931171aac-5d7de30ce6-175210537
Acesse o estudo completo publicado pelo engenheiro e o economista, tendo sete publicações como referências bibliográficas:
https://epbr.com.br/um-novo-patamar-de-precos-do-petroleo-por-alexandre-manoel-e-decio-oddone/
Ligue para nós
55 21 3544-6444
Email
sindcomb@sindcomb.org.br